sexta-feira, 10 de julho de 2009

Sorte.

Se houvesse apenas um atributo pelo qual eu devesse me definir, sem sombra de duvidas citaria minha total falta de sorte.
Eu não tenho sorte alguma. Nem jamais tive sorte alguma. Exceto n'aquelas bizarras situações que já me são tão familiares, de certa forma, onde ter sorte significa ser acometido por um azar que não o deixa passar despercebido. A exemplo do dia em que eu, ainda um rapazolo de não mais do que quinze anos, fui a uma "quermece"(?) com meus pais e avós. Lá estando me instalei ,como todo jovem afável, ao lado de meus pais, afim de não ser percebido por ninguém naquele recinto rico de todos os arquétipos da 3ª idade.
Cada um de nós ao adentrar aquele recinto recebeu um pequeno papelete com alguns números, provavelmente digitas em máquina de escrecer (uma raridade). De imediato percebi do que se tratava e em poucos minutos meu palpite se confirmara na forma de uma voz grosso que tinha como origem as caixas de som já xiadas e estouradas do recinto.
32, 45, 27, 01, 04. E foi então, com um grito de alegria, que meu avô projeta com as mãos meus cotovelos para o alto e exclamava em alto e bom som a fatídica palavrinha: BINGO!
E sobe ao palco aquela figura cabeluda, mais parecendo ser oriunda de um show do Led Zeppelin, em busca de seu frango assado de direito. Eu.
Minutos depois, o susto já superado e recomeça a carnificina. Surge em minhas mãos mais um dos malditos papeizinhos, desta vez quem me entrega o fardo é (provavelmente) minha irmã, pois tinha coisas mais importantes para fazer do que ficar ali, perdendo no bingo.
São entregues outros dois frangos assados, chega ao fim aquele momento de tensão e medo. Mas, como premio surpresa da noite serão sortiadas 2 televisões e um quadro pintado por... Não importa o gentilico, apenas importa que mais uma vez a familia toda sorri e me olha com olhos orgulhosos, afinal lá estava eu subindo novamente aqueles degraus longos em busca do meu maravilhoso quadro retratando uma paisagem inesistente, de um tempo que não vivi, e de autores que jamais voltaria a ouvir falar.
Esse foi o primeiro episódio que me veio a cabeça e que confirma minha afirmação do inicio do texto. Eu não tenho sorte alguma. Jamais tive sorte alguma. Provavelmente jamais terei sorte alguma. Não posso nem dizer que sou azarado, pois seria sorte ser apenas azarado.

Sem mais por enquanto. Ei de me recolher aos lençois perfumados de meu leito.

Amplexos.

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